quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Caicoense residente no Canadá opina e diz que escolha por Dilma foi um desastre

Por Inácio Teodoro da Silva


Às vêzes sinto que nasci pra levar pedradas ou viver rastejando sob fogo cruzado. Explico: Em 1994 atravessei uma situação braba no Canadá quando tomei partido defendendo a situação duns trabalhadores brasileiros com residência ilegal aqui. Insisti que eles estavam aqui porque precisavam deles... Enquanto isso ganhei o apelido de “gringo nordestino,” lá pelas bandas do Sul do Brasil. Na época eu atuava na tradução de contratos entre multinacionais e firmas brasileiras. Ora, como os contratos tinham validade judicial no Brasil, os meus patrícios ficavam cuspindo bala cada vêz que eu descobria e informava aos meus empregadores daqui para não assinarem certos documentos no qual o texto em português sofrera modificações e o documento em inglês já não rezava a mesma mensagem do texto legal em português.

Uso a ilustração acima para introduzir o que escrevo à seguir: Na minha opinião a escolha de Dilma foi um desastre. A única esperança que tenho é que Deus é poderoso e que o Brasil é um país de gente positiva e criativa. O Brasil sobreviverá... Tendo dito isto, peço-lhe o privilégio de tê-lo como leitor por mais algumas linhas, antes das pedras começarem à voar na minha direção.

A minha velha mãe, de nome Ana – nome esse que ela nunca aprendeu a escrever por ser analfabeta; usava uma expressão muito sábia: “De onde se tira e não se bota,” dizia ela, “...se acaba.” Ora, esta é uma lógica muito simples, mas que não penetrou na mente dos milhões de brasileiros muitas vêzes mais educados do que a minha mãe.

Só há uma maneira de arrancar o povo da pobreza e torná-lo consumidor ao invés de consumido: O Japão fêz isso, a China tá fazendo isso, a Índia tá tendo muito sucesso também, sem falar da Coréia do Sul e outros países. Todos têm feito isto através do trabalho, educação, saúde e segurança – nesta ordem mesmo. Esse papo de bolsa família, bolsa disso e daquilo é concluída na bolsa miséria. Isso sem mencionar a divisão das classes – um câncer que a antiga União Soviética experimentou durante 70 anos e que culminou na autodestruição da economia, religiosidade, moral e uma lista de outros problemas que até hoje ainda persistem lá.

Vamos aos fatos: No Canadá de hoje, particularmente onde vivo, o salário mínimo é $8,50 (oito dólares e cinquenta centavos por hora) e, para quem trabalha 40 horas por semana, $1,473.33 (hum mil, quatrocentos e setenta e três dólares e trinta e três centavos, aproximadamente) por mês. Com um desconto de aproximadamente 18% em taxas ($265.20) sobram $ 1,208.13 (hum mil, duzentos e oito dólares e treze centavos). Estou falando de salário mínimo, o qual ninguém ganha. A minha filha mais nova trabalha num mercadinho da faculdade ganhando acima de 19 dólares por hora. Você acha que ela preferiria uma bolsa miséria ao invés do emprego?

Geralmente o papo que escuto quando falo isso é que “isso aí é país de primeiro mundo” e daí eu viro bicho, pois não acredito que existe país de primeiro nem terceiro mundo: Deus nos fêz a todos iguais e nós decidimos como queremos viver... e, num país que escolhe um palhaço como representante político ou um partido que escolhe um palhaço (Tiririca) na esperança de angariar mais votos... é um país que está com uma população doente espiritualmente que trata coisa séria na base do ha, ha, ha.

A conclusão é que o que tá feito não tá por fazer. Dilma tá eleita. O importante agora é que cada cidadão resolva arregaçar as mangas e trabalhar para criar o Brasil que é coerente com o resto do mundo – e bolsa grátis não é como o resto do mundo vive – ao invés de virar vítima do papo furado dos políticos os quais impedem que o Brasil viva no topo do potencial que o nosso país tem.
 
Opinião do Caicoense residente no Canadá: Inacio Teodoro da Silva

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